quarta-feira, 1 de abril de 2009

A carta...


Se te escrevesse agora,
a carta que nunca te escrevi.
Agora que nada mais há a dizer,
que tudo já foi dito…
Uma página em branco bastaria
para me dizeres de ti o que já sei
e que nunca ninguém saberia.

Só tu sabes ler uma página branca
Só tu saberias
o conteúdo da minha missiva.
Se te escrevesse agora,
nas entrelinhas das nuvens.
Rasgando o céu como punhais
o meu silêncio,
a minha saudade,
a nossa escrita.

Se te escrevesse agora,
a carta pela qual aguardo.
Agora que não espero nada.
Num tempo tão nosso
em que já nada acontece,
apenas desespero
desta que nunca te esquece

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