sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Não sei se quero....


Não sei se quero…
Não sei se algum dia quis
Não sei se fico se vou
Porque hoje nada sei do que sabia
Porque hoje as certezas se foram
Não sei se quero continuar
Não sei se quero….

Não sei se quero…
Um dia igual ao outro,
Um beijo diferente,
Um ou outro ser na minha vida.
Dias há que não quero ninguém.

Não sei se quero…
Não sei se de tanto querer me esqueci
Não sei se quero de ti aquilo que digo
Não sei…
Mas por hoje não quero nada,
do que sempre quis.

Tempo demais


É tempo demais
Tempo demais, sem ti, um dia
Tempo de mais este tempo todo
Um tempo que não passa,
que se arrasta pelas horas e morre nos dias.

É tempo demais o tempo que resta
Que nos afasta e aproxima
Que nos lembra.
Que esquece.
É uma saudade muda,
uma ausência conhecida

É tempo demais o tempo que passa,
que medeia entre um dia e outro
Tempo inútil que vivi
na procura infinita de um momento
que nos arrebate o sentir.
É tempo demais este tempo
que passo pelos dias sem ti

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Apetece-me...


Apetece-me um outro silêncio vazio,
outro caminho, outro rumo, outra estrada.
Apetece-me a demora, a espera, a saudade,
um grito que mate.

Apetece-me não ser, só por hoje,
não existir, não sentir não querer.
Apetece-me não me apetecer!
Apetece-me um nada que é tudo,
um silêncio vazio, mudo.

Apetece-me uma planície de sonhos,
um vale de folhas brancas.
Apetece-me repetir, uma e outra vez
o mesmo engano.
Apetece-me o choro, o riso, o pranto.
Apetece-me tanto!

Apetece-me confundir,
trocar a vida toda por um momento
morrer de tanto amar
Apetece-me ser dona do vento
que me leve onde tu estás.
Apetece não me apetecer NADA!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Espera


A espera.... essa constante irrelevância entre nós...
Espero por ti e continuo,
continuo e espero sempre algo diferente.
Hoje acordei contigo no pensamento...
é por isso que não acredito em coincidências.
Tu sabes que procurava por ti e pareceste
Por um instante acabaram-se as ausências

Que sina a minha,
este sentir desencontrado,
filho de um outro tempo impreciso,
que nunca chega,
que vai e vem com uma vontade
que não é a minha.

Tenho saudades de tudo...
de um tempo resumido em que nos cruzamos,
de uma abraço forte que me apazigua o sentir,
de um breve beijo que me ressuscita.
Tenho saudades, é isso,
tenho saudades e pronto!
Palavras para quê?

Posso roubar tempo ao tempo,
e tempo nunca teria,
é uma força cósmica que luta contra mim,
e eu mantenho a esperança de que um dia a vença.
Vai-se lá saber porquê?
Hoje esperei mais uma vez…
E eu sei que o tempo urge na espera.

Vazio



De volta a uma realidade que não muda,
Estática
De regresso a tudo o que desprezo,
Odeio
Apetece-me odiar assim o dia a dia
Deixá-lo passar até uma hora mais aprazível

Apetece-me fugir.
Desejo ficar,
presa a um momento que quer acabar
Apetece-me não ser,
não concretizar,
fugir, esconder
Idealizar!

De volta ao que não tenho
E ao que perdi
Ao que quero, ao que escondo
E sempre escondi
Sentimento difuso
Inacabado!
Sou um ser oco, mudo
Desesperado!