quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Perfeito


A união perfeita, divinal
Tu completas-me
Um amor que dispensa a palavra
Um amor cheio de tudo
Vazio de nada

Sorris e fazes-me sonhar
Abraças-me e acredito
Beijas-me e deliro
Olhas-me e perco o pé

Mergulho de cabeça,
nesse teu mar revolto
nesse teu mundo…
Universo de cor
És meu abrigo protector
Fazes-me bem…
Sempre fizeste
Só tu não o sabias

És reflexo de mim tão perfeito e complexo
Tão sem sentido, sem nexo
Como diz a canção
Tu és o côncavo e
Eu o convexo

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Soltar amarras
















Amarras a solidão em companhias
que te fazem sentir mais só
que acompanhada
Ter alguém sem que isso te possua
sem que te faça sentir mais do que és
ter alguém a teu lado como quem mendiga
apenas e só por uma companhia.
Como se isso fosse suficiente,
como se bastasse.

Confundes-te a ti e aos outros
Numa ilusão, demasiado latente,
Que te engana que mente.
Larga essa lucidez,
de seres apenas.
Não Lutes
Não vivas…
Desiste!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Esta Euforia

















Esta euforia que não cabe no peito
que transborda e transparece
muito para além de mim.
Esta embriaguez lúcida dos sentidos
de paixão que já sabe ver…
Este sentir renascido
num Amor seguro e firme
Que grita num hino de exaltação

Quero tanto querer tanta euforia
Quero a vida toda e mais um tempo
Quero a cada dia renascer
Quero o teu ser, o teu corpo a tua boca
Quero esta euforia de Viver

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

...


No meu ventre seco, estéril
Onde urge uma vida que nunca começa
Num desejo infame do que nunca poderei ter
Invejo os filhos dos outros
Num desprezível sentimento de mim mesma

No meu ventre oco,
Onde nasce fecundo sonho de mulher
A mãe que nunca serei
As lágrimas que choro por ninguém
Talvez apenas se derramem por mim mesma

Talvez possa rejubilar um dia
Talvez possa continuar sonhando
Mas dias há em que desfaleço
Mas é preciso continuar lutando

Hoje quis compreensão e tive
Por um esperança vã que floresce
Num mudo grito de vida que cessa
Num desejo de poder ser fértil
E deixar florescer no meu ventre de mulher
O filho que nunca tive
O filho que nunca terei

Obrigada Amor

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Brinde ao Futuro!


O que eu quero, o meu desejo
mais sincero o mais forte
o que sonho, o que almejo…TU!

Vou ultrapassar-me a mim própria
Ganhar esta batalha
Vencer a guerra!
Por um futuro que só eu destruo
Por um futuro que só eu posso construir

Eu quero!
Isso já eu sei!
Agora tenho que acreditar… em mim!
Eu sou capaz, eu posso lutar
Eu posso vencer, eu posso ganhar!

E sei não estar só nesta batalha
Se ambos queremos
Podemos ter
Se ambos lutarmos
Podemos vencer!
Ao nosso FUTURO!!!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Brinde à morte


Imagino a morte à minha espera,
tão feroz e cheia de desejo de destruir
Mergulho numa impotência atroz
Que me consome as entranhas
até me matar, e se ouvir o último suspiro.

Abraço a vida… tão cheia de coisa nenhuma,
e pergunto: que abraço eu hoje onde não há nada?
Não há chão nem céu nem ar…,
nem horizonte para o qual caminhar
Em frente apenas um buraco escuro
Atrás uma vida cheia de tudo!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Indecisão...



Estou confusa…
Não sei o que sinto
nesta falsa e aparente normalidade
que não me conforma
que não me satisfaz.
Como pode uma tempestade não trazer a bonança?
Como podes querer agir sem teres que explicar?
É falsa, meramente ilusória
Este voltar ao sítio onde estávamos antes…
ninguém regressa ao ponto de partida
o que se viveu ninguém apaga.
E eu não me esqueço… ainda não esqueci

Se é isto que quero?
Este rodopiar apressado?
Esta vida?
O que eu quero nunca poderei ter
Porque há coisas pelas quais jamais poderemos lutar
Porque infelizmente, por muito que queiramoshá coisas que são verdadeiramente impossíveis

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Hoje... (será apenas hoje?)



Que sentido tem a vida
Quando tempos há em que na vida nada faz sentido?
Quando nos interrogamos constantemente
sobre o certo e o errado
Quando sorrimos com vontade de chorar
Quando fingimos que tudo está bem quando não está

Que sentido tem a vida?
Quando o despertar é uma tortura,
o amanhecer reanima todas as dúvidas,
tudo parece querer recomeçar do zero.
Obrigando-nos a passar pela mesma angústia
uma e outra vez,
vezes sem conta.

Que sentido tem a vida
Quando hoje em MINHA vida
Nada parece fazer sentido.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mais um aniversário...


Terei amanhã os mesmos anos que hoje tenho,
as mesmas frustrações, as mesmas alegrias,
serei a mesma e não serei ninguém.
Hoje apetece-me chorar o que perdi
Enaltecer e agradecer o que tenho
Se algo conquistei eu não me lembro
Há algo que hoje sei e que ontem não sabia

Terei amanhã os mesmos anos que hoje tenho?
Serei maior ou melhor do que hoje sou?
Hoje apetece-me fugir para um lugar onde nunca vou
Refugiar-me de mim e seja de quem for
Estar sozinha e com alguém ao mesmo tempo
Hoje apetece-me não ser ninguém…
Se sou feliz eu hoje não o sei
Se estou triste sinto um pouco de alegria
Sou contradição… mas isso eu já sabia.
Mas… terei amanhã os mesmos anos que hoje tinha?

sábado, 6 de junho de 2009

Esquece...


Que terei eu feito…
para que me roubasse a vida os sonhos…
Se Deus existe
porque me privou do que eu mais, na vida desejava…
Não interessa a resposta, pois não?
Nem interessa sequer perguntar:
Que foi que a vida me deu para compensar?
Tamanha é a dor desta ferida aberta
Que apenas finjo esquecer…
Que apenas finjo que esqueço

Finjo que não me importo
Que me conformo
Que até gosto…
Que é melhor assim
Minto para me convencer
Mas só eu sei o que vai dentro de mim
Na vida nada acontece por acaso…

Sim!! Sonho com o filho que nunca terei
Sonho em encontrar alguém e ser mãe
Desejo um milagre que nunca acontece
E digo a mim mesma, vezes sem conta
ESQUECE!!!

domingo, 24 de maio de 2009

Se algum dia te disser... tudo o que disser...


Tudo o que disser é porque o sinto.
Não importa o que penses, o que digas
Que o silêncio seja a única resposta
Não tenho medo do sentir exacerbado
Medo, tenho eu de não sentir nada.

Quero viver ao sabor do meu coração
Embalada pela magia de mais um momento
Eternizado numa foto mental…
Quero iludir-me, embriagar-me de ti até à alma
Se o sinto direi
Nada ganho em guardá-lo
Importa apenas que hoje é verdade!
Seja dizer: amo-te
ou sinto saudade!
Se algum dia o disser…,
tudo o que disser,
será VERDADE!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Se estás em mim


Se te colares na minha pele
e não ficares apenas por aí
Se entrares no meu peito
Se quiseres ficar num lugar
que guardo vazio há tempo demais
Se fores hoje um amanhã desejado
Se te disser que quase acredito
no que hoje sinto.

Se te quiser fugir apenas por medo
Se quiser ficar e não for capaz
Racionalizei as palavras
Porque os gestos as calam
neste meu tempo de paz

Se quiseres que eu fique, seguras-me?
Se te pedir, libertas-me…?
E se fores tu?...
O que há tempo demais procuro


Se estás em mim, como estás...
Se não poder calar…
Que hei-de fazer, se não edificar,
o que o meu anseio mais desejar?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Podia voar pelo azul do céu


Podia voar pelo azul do céu
pousar no parapeito da tua janela
e cantar-te a mais bela melodia ....
Encantar-te com a minha plumagem....
e pedir-te para entrar,
e quem sabe ir ficando
presa de encantamento em teu olhar
enfeitiçada pelos teus beijos.
Afagar o teu corpo
num desejo insano…
E fazer de cada dia o primeiro e o último!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

É o teu olhar...


É o teu olhar que me despe
Sinto-te entrar em mim
Desvendares-me num olhar
e fico com a sensação
que me conheces
tanto quanto eu.
É no teu olhar que me perco
É com o teu beijo que me encontro
É no teu corpo que me afogo
É contigo que não sei dizer…

Irreal…
Quase parece uma outra vida
Quase não pareço eu
Quase sonho, tão concreto
Depois vem o medo
Vontade de recuar
de avançar, parar…
antes que seja tarde.

Depois apetece arriscar
Ver onde posso ou não chegar
É cedo de mais para certezas
Tarde demais para duvidar

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É como brincar com o fogo


É como brincar com o fogo
Que arde lentamente,
consumindo o restolho
numa tarde de verão.

Desculpa se parti sem dizer nada
Aquela que aí esteve não era eu.
Se era, não me reconheço
Soube-me pela vida o teu beijo
Soube-me por uma eternidade
o teu toque, o teu desejo.
Faz tempo que ninguém me desejava assim

Mas não quero brincar com o fogo que queima
Que arde e inflama o mais resistente dos seres
Não queiras saber o que estou a sentir
Não queiras saber quem sou, não queiras me conhecer
Não perguntes para que não me obrigues a mentir.

Deixa tudo ficar como está….
É bom demais assim
Não quero mudar nada
Se ficar arrisco querer voltar
uma e outra vez
Deixa-me sair no momento certo
E voltar para saciar a minha sede
Neste desejo que nos consome
Neste nosso deserto

O doce amargo desta noite


No doce negro desta noite
O manto triste que me cobre
Na ânsia de mais uma madrugada
Que te leve ou que te traga
As estrelas conhecem o nosso segredo
Sabem de cor cada pecado
Cada beijo que te roubei,
cada abraço.
Só elas sabem o quanto te amei

Vem … volta por aquela estrada
Vem dizer-me o que anseio ouvir
vem de madrugada,
e traz-me a esperança que roubaste,
devolve-me a parte de mim que levaste.

Só a noite sabe o que sofro
De dia finjo apenas existir
É apenas um dia atrás do outro
Sem ti…

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nossa Dança...


Olha para mim,
sente o sal na minha pele quando me beijas
O suave toque dos meus seios no teu peito
Sente o meu corpo neste abraço
que dura o breve momento em que me perco

Escuta a musicalidade desta dança muda
O silêncio que se quebra com um gemido
Segue os meus dedos que passeiam no teu corpo
Prende as minhas mãos que desesperam
quando te encontram

Volúpia,
pecado insano de te ter.
Possuir-te,
afogar em ti o meu desejo.
E esquecer a vida lá fora
Fazer tudo por um simples beijo.

É a ânsia que agrava a vontade
É o desejo que nos domina
O beijo que nos lança na cama,
que entrelaça nossos corpos
nesta louca dança,
que quando começa,
parece que nunca termina.
(Aceitas entrar nesta dança?...)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sou Rainha entre mulheres...


Enquanto valer a pena
Vou seguir em frente
Enquanto fores tu quem me espera
Valerá a pena cada queda,
cada passo hesitante,
cada dia,
todo o instante.

Enquanto existires,
serei eterna…
madrugada esquecida.
E tu para mim
a terra prometida

Enquanto durar este instante,
em que tu e eu vivemos,
em que somos um só,
jamais esqueceremos
que nada depende de nós

Enquanto durar nosso momento.
Este devaneio edificado.
com que sonhámos,
altar de prazer, imaculado,
em que nos exorcizamos
do mundo lá fora.

Enquanto resistir,
este porto de abrigo
em que me escondo,
onde posso existir livremente
em que sou tua e tu meu és
por hoje apenas, eternamente.
Amanhã nem me conheces
mas aqui é um mundo só nosso…
enquanto existir o que nos une

Enquanto viver,
serei tua,
pelo tempo que me quiseres,
mesmo que não seja a única,
serei rainha entre as mulheres


domingo, 5 de abril de 2009

Entre o céu e a Lua....


De olhar perdido,
na imensurabilidade da vontade
na imensidão do desejo,
sou um corpo sem alma
sem razão sem sentimento

Vagueio por um chão
que não conheço,
neste ténue sonho
em que adormeço,
nesta vontade que escondo.

Não sou eu que me deito do teu lado
Não sou eu o corpo que consomes
Não sou eu quem te beija e seduz.
Não sabes de mim quem sou,
apenas te iludo com o que pareço.

Sou um corpo, pele e desejo animal
Procuro apenas calor
Não quero um amor banal
Tudo tem prazo
estou entre o céu e a lua
Ficar tempo demais aborrece-me
Se me desejares sou tua
Se me amares esquece-me

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Consegues ouvir?...


Consegues ouvir…
O marulhar das ondas do mar,
a rebentar contra a encosta?
Consegues ouvir …
o mar que se enrola sobre si mesmo,
quando se exalta numa ira violenta e louca.

Lembras-te…
quando a praia foi nosso leito,
testemunha do nosso desejo.
Quando o mar abafava,
com o seu marulhar,
nossos urros de prazer.

Quantas vezes naufraguei
nos teus braços?
Quantas vezes me perdi,
sucumbindo ao desejo
que me devorava?

Diz-me…consegues ouvir?
O mar que nos levou naquela noite
e que nunca nos trouxe…

A carta...


Se te escrevesse agora,
a carta que nunca te escrevi.
Agora que nada mais há a dizer,
que tudo já foi dito…
Uma página em branco bastaria
para me dizeres de ti o que já sei
e que nunca ninguém saberia.

Só tu sabes ler uma página branca
Só tu saberias
o conteúdo da minha missiva.
Se te escrevesse agora,
nas entrelinhas das nuvens.
Rasgando o céu como punhais
o meu silêncio,
a minha saudade,
a nossa escrita.

Se te escrevesse agora,
a carta pela qual aguardo.
Agora que não espero nada.
Num tempo tão nosso
em que já nada acontece,
apenas desespero
desta que nunca te esquece

segunda-feira, 30 de março de 2009

Nosso deserto


Esse deserto de coisa nenhuma,
que nos separa.
Essa imensidão inconsequente,
que nos cega.
Se um sorriso pudesse tudo
quando nada se lhe compara

A mudança que não chega
Essa saudade de beira de estrada
Esse caminho de solidão
Essa eterna caminhada

Esse deserto que atravesso
Onde me encontro há tempo demais,
onde me perco vezes sem conta,
que é tão cheio de coisas banais

Esse tempo que nunca acaba
Essa dor que não cessa
Que me tortura e anula
Esse deserto tão nosso
Onde nenhum de nós se encontra
Onde ninguém está

domingo, 22 de março de 2009

Não saberia eu...


Apetecia-me vaguear pela noite.
Mergulhar na sua negritude
e perder-me nos olhos dos outros,
de desconhecidos que não soubessem de mim
o que tu sabes.

Há dias que acordar parece a mais árdua tarefa,
outros em que adormecer é um tormento.
Hoje o sono não chega,
rodopiam na minha cabeça em turbilhão
memórias de ti,
como demónios que me atormentam.

Não sabia que o silêncio podia ser
tão enormemente devastador.
O teu silêncio é como um grito que ecoa no meu peito,
dilacera a minha alma numa dor inimaginável.
Já as tuas palavras há muito me encantaram,
como um feitiço lançado pelos Deuses.
Hoje é a mudez que abrevia a esperança
e me mata lentamente de saudade.

Não saberia eu já
que me enlouquece não saber de ti.
Não saberia eu já
que os teus silêncios se prolongam
por tempos infinitos…
Que me roubas o sono e a paz
com a tua existência
Que me roubas a vida
com a distância.
Onde foi que me iludi?
Que luz é esta,
que ofusca o pensamento e a razão?
Que insano amor o meu!
Não saberia eu já,
sobreviver à madrugada,
quando o tempo urge, escasseia e finda?

sábado, 21 de março de 2009

Vício


Não fosse já insanidade
Seria certamente silêncio
Não fosse já desejo
Seria com certeza paixão

Impura e velada emancipação dos sentidos
Concretização da demência,
autenticação da vontade.
Não sei se, o que arde em mim,
é vício ou apenas saudade.

Vaidade fútil do momento
Grandeza escondida
nesta minha pequenez.
Desejo o teu beijo, o teu corpo
Uma e outra, e outra vez.

Se é vício que o hábito me leve
Se é saudade que a dor me consuma

domingo, 15 de março de 2009


Quero a magia extrovertida
de um momento que passa
A futilidade nua de uma hora
a frivolidade de nada sentir
para além da carne

Não quero conhecer,
ou ser conhecida
Quero viver, desfrutar
de um magico instante,
e poder partir, sem nenhuma ferida

Não quero laços!
Por hoje basta-me,
um nome falso,
a história de uma falsa vida.
Basta-me um olhar vazio
Um desejo insano, irracional.

Quero desejar,
Não quero amar
Quero paixão
Entregar apenas o corpo
e guardar quem sou
Usar, ser usada.
Como não sei onde vou,
Por agora não interessa mais nada.


quarta-feira, 11 de março de 2009

Insanidade II


Adoro,
galopar no teu colo,
no doce desespero de te possuir.
As tuas mãos na minha cintura,
acompanhando os movimentos
desta louca dança.

Os teus lábios sôfregos,
procurando os meus,
percorrendo numa delícia delirante
o meu corpo de norte a sul.

Adoro que me afagues os seios
Que me mordisques e acarinhes
Que te afogues em delírio no meu peito

Adoro quando me abraças
sedento da minha pele,
dos meus lábios,
do meu corpo,
de mim…

Adoro quando chegas
e fazes o meu corpo
despir-se de medo e preconceito
Enlaças-me,
numa sensação inesquecível,
numa união perfeita,
entre o concavo e o convexo.
Entre nós não há amor,
apenas sexo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Insanidade


Aquele fogo ardente de paixão inflamada
Aquele desejo que não morre nunca,
que não se extingue, não se apaga.
As tuas mãos nos meus ombros nus

Bastava um breve suspiro no meu ouvido
Passares por mim e dizer-me com o olhar:
- Desejo-te!
Mergulhava de vontade e ganas no teu corpo,
ao primeiro instante a sós.

Hipnótica loucura, fervente ardor
que me arranhava de desejo até à alma.
Era o teu cheiro que me aguçava o instinto
de fêmea, sedenta de ti.
Nunca tanta paixão ardeu de insanidade
Nunca tanto desejei, tanta loucura

Os teus lábios eram meu passaporte
para uma viagem,
que nem sempre terminava na cama
quando qualquer lugar nos servia

Era violento, animal.
Possuías-me como um louco
e eu deixava, numa submissão desejada.
Andávamos perdidos de tanta paixão,
embevecidos com tanto prazer
mergulhados num delírio de devaneios.
Éramos dois loucos cegos de desejo

O teu corpo sempre a reclamar o meu
A tua boca sedenta da minha
O meu peito desejoso de sentir o teu
E eu faminta de ti,
desse teu cheiro,
dessas tuas mãos...


domingo, 8 de março de 2009

...


Se vieste para me dizer adeus
Eu não quero dizer, não sou capaz
Não te quero deixar partir,
parte de mim acredita que ainda voltas,
ainda não chegou a derradeira hora.

Parte de mim não aceita a tua morte
O quanto me custa admitir,
que é essa a razão da tua partida
tão prematura e repentina.

Odeio este fim anunciado,
sem hora ou dia marcado.
Odeio que me queiram roubar a esperança
Não aceito que a morte esteja pronta para te levar
Quando nenhum de nós está pronto para se separar.

Odeio esta espera contínua
Este ir e vir com a maré
Este silêncio longo e doloroso
Dá-me raiva e abala a minha fé.

Se viestes para me dizer Adeus
Eu nunca estarei pronta para a despedida
Não acredito que já chegou a hora de partires
Nunca te irei dizer adeus, por ter a tonta crença,
que não vai partir sem antes te despedires,
de mim!

AQUI


Quem me dera ter-te aqui
Neste deserto que podia ser nosso
Neste paraíso que podíamos ter construído
Quem me dera nunca tivesses partido…
Quem me dera ter guardado as palavras erradas
Quem dera, soubesse o que dizer neste momento.

Aqui, queria tanto ter-te aqui!
Nos meus braços que se abrem para ti,
até mesmo quando não estás.
Queria tanto prender-te,
fazer-te prisioneiro por vontade.

Não posso mais esconder o que sinto
Não arrisques aparecer-me ao caminho
Não serei capaz de te resistir.
Não te darei apenas um abraço,
vou acabar por te beijar…
Só temo que seja tarde demais.

Queria tanto ter-te aqui
Nesta cama vazia, neste corpo que te anseia
Podia ser por umas horas,
ou quem sabe a vida inteira,
a que nos resta.

Aqui, queria tanto ter-te aqui,
para preencheres o meu silêncio,
para me mentires até, se quiseres.
Não sei onde estás e dói tanto não saber de ti.

Queria tanto ter-te aqui
Neste pedaço de chão onde me enterro
Neste espaço vazio que me sufoca
Neste lugar que nada é, sem ti.

Aqui, queria tanto ter-te aqui
Nesta cama que já foi nossa
Neste corpo que sempre foi teu

Mas por agora queria tanto matar
este teu silêncio com uma palavra tua.
Porque agora bastava-me saber de ti,
Onde estás?
Não digas que já é tarde, que te perdi…


Onde estás?


Onde estás?
Onde te escondes…
Para onde vais?
Quero ir contigo!
Não fujas que só te quero bem
Vacilo entre o querer e a vontade
Entre o ser e o estar
Entre o que existe e a miragem
Ofusco a minha dor com um sorriso
Imito o andar vagaroso dos mortais
Não sei quem sou quando não estás
Não quero ser quem sou contigo

Onde estás?
Imagem ténue de uma falsa alegria
Mentira com que tentas me enganar
Hesito entre o sonho e a realidade
Entre o ir e o ficar.
Não sei quem sou sem ti
Não sei amar se não a ti
Onde estou eu que não me encontro,
a não ser a procurar por ti?

Estava Escrito


Estava escrito que nada era tudo
Que a vida passa por nós
Que tentar agarrá-la é loucura
Que tomba, que fere, que mata
Que viver pode ser, apenas tortura.

Estava escrito que nos cruzávamos
Que nenhum de nós ficava
Que um não seguia o outro
Que nada nos separava

Estava escrito que eu seria tua
Que um minuto é uma eternidade
Que a eternidade pode ser uma hora
Que a vida pode ser apenas saudade.

Estava escrito que o meu amor é eterno
Que te amo mais que tudo na vida
Que sem ti já nada floresce…
Não há nada que te sobreviva,
estava escrito nas entrelinhas,
só eu não soube ler
Que depois deste inferno
Eu ia ter que continuar a viver.

Vieste...


Vieste, para me dizer adeus.
Não soubeste como,
não foste capaz.
Vieste e perdeste a coragem
Mergulhaste no meu sorriso
e quase te afogaste
na minha alegria de viver.

Viestes com um sorriso nos lábios
e o coração repleto de dor e mágoa
Viste numa falsa alegria
para me dizeres Adeus…
Vieste mas mais uma vez
tu não ficaste.
Eu mergulhei nesta ansiedade
Nesta tristeza de não saber quando
Nesta angustia de não saber de ti.

Vieste e trouxeste contigo o silêncio
A falta de noticias, e palavras
Vieste mas não voltaste.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Enfeitiçada


Sou tão feliz por saber que existes,
por saber que as nossas vidas,
por um acaso qualquer,
se cruzaram.
E que por feitiço,
ficaram para sempre enleadas.

Por sortilégio dos deuses,
ainda hoje sei de cor
o sabor doce do teu beijo,
o toque único da tua pele,
o seu cheiro inconfundível.

Ainda hoje por magia,
te sinto perto
quando estás longe.
Não há distância,
nem oceano,
que nos separe.
Não há morte
que te leve.
Nem esquecimento
que te apague.

Sabes, ainda te amo…,
por hoje e para sempre,
fiz de ti minha morada.
E se foi feitiço
Eu estou para sempre enfeitiçada.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Um sorriso TEU!


Um sorriso aberto,
livre e quase infantil.
Um olhar carregado de ternura
num rosto, velho e já cansado,
de tanto que já sofreu.

O disfarce, a fuga,
que nesse sorriso,
tentas esconder.

Um sorriso teu,
dava tudo, dava a vida,
por um sorriso teu!
Sincero, genuíno,
igual a tantos outros,
que o teu rosto já me ofereceu.
Mas não há sorriso que esconda
a tristeza que sobre ti se abateu.
Se ainda poderes,
se ainda fores capaz,
Sorri , Amor… para alguém que
Nunca te esqueceu!

Silencioso Pecado


Silencioso pecado guardado
no secreto olhar de hoje,
quando ontem já foi beijo
aceso, de paixão nunca acabada

Olhar-te sem te tocar,
sabendo que jamais te poderei
tocar sem te ter…

No pecado deste silêncio doloroso,
nesta ânsia que hesita
entre o medo e a saudade.
Neste fogo que nunca se extingue,
que eu não sei como apagar.
Nesta distância que não te deixa ficar.

Nesta vida ausente…
Neste eterno recordar,
guardo, hoje ainda de ti,
Uma memória que teima em perdurar…

Não sei não odiar


Não sei, não odiar, este instante!
Eu sempre soube que a vida é curta,
efémera demais.
Não se pode passar por ela e não viver,
não se lutar pelo o que se quer,
não se ser, às vezes, egoísta.

Não sei, não odiar, neste instante…
Todos os que me impedem de ser feliz
Não sei não me odiar a mim por não lutar
e a ti por teres partido.

O destino além de cruel, é pérfido,
quando nos deixa saborear o impossível,
quando permite que certa coisa exista.
Não sei não odiar esta minha vida!

Não sei....


Não sei!
Não consigo resistir à tentação
de procurar por ti em outro alguém,
isto mesmo sabendo,
que não vou encontrar ninguém.

Hoje já nem sei se é a ti que procuro,
se procuro quem eu era,
quando estava a teu lado.
É a mim que eu não encontro!
E tanto, já, eu procurei,
Que hoje estou cansada,
de nunca encontrar nada!

Não consigo resistir a procurar por ti.
Eu sei, não te vou encontrar
E sei que nunca serei aquela que conheceste
Esta, que hoje existe, já não sou eu
E nunca vou recuperar o “nós”,
que já não existe,
que morreu!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O que não te digo....



Como dizer-te...
Que jamais saberei viver sem ti.
O amargo som do silêncio da despedida,
nunca será mais que até já.

Como dizer-te…
Que esta ausência é a pior de todas
Que vivo numa contradição
de não querer dizer-te o que sinto,
porque já não vale a pena.

Eu sou assim,
quando vou e venho,
como a maré,
apagando as pegadas
por mim deixadas,
na areia molhada,
de uma praia qualquer.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Quem disse?


Quem disse que amanhã era mais fácil?
Quem disse que quando se fecha uma porta,
uma janela se abre?
Quem disse que estava melhor sem ti?
Quem disse que o amor não dói?
Que a saudade não mata e sufoca?
Quem disse?

Quem disse que tudo se esquece?
Que a saudade passa?
Que o amor acontece?
Quem disse?
Quem disse que o tempo cura?
Quem disse que depois de ti havia vida?
Quem disse que se deve acreditar?
Que se pode voltar a amar?
Quem disse?

Quem disse que amanhã tudo era mais fácil?
Quem disse que há futuro depois do amor?
Quem disse que a saudade é passageira?
Quem disse?
Quem disse que depois de ti era tudo?
Quem disse?
Quando hoje parece que depois de ti
não sobrou NADA!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Fuga


Apaguem as luzes
Deixem-me viver na escuridão
Que o destino não existe
Que este meu fado é mera ilusão

Calem-se!
Que o silêncio fustiga a palavra
Que a paz não sabe viver no barulho
O mundo é mais bonito quando é mudo

Matem!
Acabem com tudo o que é vivo
Que tudo o que é inerte é seguro
Que pode estar-se morto e viver

Apaguem as luzes
Que a mim só me apetece a escuridão
Calem-se!
Que eu só desejo o silêncio
Matem!
As minhas memórias se puderem

É hoje!


É hoje o primeiro passo em frente
É hoje o meu primeiro dia de estrada
É hoje que a esperança floresce
É hoje o princípio de nada

É hoje que sigo sem ti
É hoje que descubro o caminho
É hoje que sei a verdade
É hoje que saio do ninho

É hoje, apenas hoje e por hoje
Que solto as amarras
Que tenho a certeza de tudo,
e a incerteza de nada