terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A minha dor

É dor que me consome
É a tristeza que me tolhe o sentir
É a abrupta saudade
O quanto quero o que não posso ter
O quanto desejo o impossível...

É o ódio e a raiva
É esta merda de vida
É o vazio que me preenche
Pudera já não ser eu
Quisera nunca o ser

É tudo e nada
É o silêncio
O Natal do meu descontentamento
A prenda amarga que eu não pedi
nunca quis tanto sofrimento

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Não sei se quero....


Não sei se quero…
Não sei se algum dia quis
Não sei se fico se vou
Porque hoje nada sei do que sabia
Porque hoje as certezas se foram
Não sei se quero continuar
Não sei se quero….

Não sei se quero…
Um dia igual ao outro,
Um beijo diferente,
Um ou outro ser na minha vida.
Dias há que não quero ninguém.

Não sei se quero…
Não sei se de tanto querer me esqueci
Não sei se quero de ti aquilo que digo
Não sei…
Mas por hoje não quero nada,
do que sempre quis.

Tempo demais


É tempo demais
Tempo demais, sem ti, um dia
Tempo de mais este tempo todo
Um tempo que não passa,
que se arrasta pelas horas e morre nos dias.

É tempo demais o tempo que resta
Que nos afasta e aproxima
Que nos lembra.
Que esquece.
É uma saudade muda,
uma ausência conhecida

É tempo demais o tempo que passa,
que medeia entre um dia e outro
Tempo inútil que vivi
na procura infinita de um momento
que nos arrebate o sentir.
É tempo demais este tempo
que passo pelos dias sem ti

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Apetece-me...


Apetece-me um outro silêncio vazio,
outro caminho, outro rumo, outra estrada.
Apetece-me a demora, a espera, a saudade,
um grito que mate.

Apetece-me não ser, só por hoje,
não existir, não sentir não querer.
Apetece-me não me apetecer!
Apetece-me um nada que é tudo,
um silêncio vazio, mudo.

Apetece-me uma planície de sonhos,
um vale de folhas brancas.
Apetece-me repetir, uma e outra vez
o mesmo engano.
Apetece-me o choro, o riso, o pranto.
Apetece-me tanto!

Apetece-me confundir,
trocar a vida toda por um momento
morrer de tanto amar
Apetece-me ser dona do vento
que me leve onde tu estás.
Apetece não me apetecer NADA!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Espera


A espera.... essa constante irrelevância entre nós...
Espero por ti e continuo,
continuo e espero sempre algo diferente.
Hoje acordei contigo no pensamento...
é por isso que não acredito em coincidências.
Tu sabes que procurava por ti e pareceste
Por um instante acabaram-se as ausências

Que sina a minha,
este sentir desencontrado,
filho de um outro tempo impreciso,
que nunca chega,
que vai e vem com uma vontade
que não é a minha.

Tenho saudades de tudo...
de um tempo resumido em que nos cruzamos,
de uma abraço forte que me apazigua o sentir,
de um breve beijo que me ressuscita.
Tenho saudades, é isso,
tenho saudades e pronto!
Palavras para quê?

Posso roubar tempo ao tempo,
e tempo nunca teria,
é uma força cósmica que luta contra mim,
e eu mantenho a esperança de que um dia a vença.
Vai-se lá saber porquê?
Hoje esperei mais uma vez…
E eu sei que o tempo urge na espera.

Vazio



De volta a uma realidade que não muda,
Estática
De regresso a tudo o que desprezo,
Odeio
Apetece-me odiar assim o dia a dia
Deixá-lo passar até uma hora mais aprazível

Apetece-me fugir.
Desejo ficar,
presa a um momento que quer acabar
Apetece-me não ser,
não concretizar,
fugir, esconder
Idealizar!

De volta ao que não tenho
E ao que perdi
Ao que quero, ao que escondo
E sempre escondi
Sentimento difuso
Inacabado!
Sou um ser oco, mudo
Desesperado!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fica-te bem

Fica-te bem….
esse sorriso forçado,
esse olhar vazio e despojado.

Fica-te bem….,
tão bem,
esse lugar distante,
esse ermo caminho,
esse abismo.

Fica-te bem…
não ficares,
quereres partir, mais uma vez.
Fica-te até bem
não seres ninguém,
quando sempre alguém te espera.

Fica-te bem….
o silêncio das palavras por dizer,
o grito mudo da alma.
Fica-te bem…
até a morte …,
o adeus, do teu silêncio,
que não verbalizas.

Fica-te bem…
o meu corpo em tuas mãos,
os meus lábios nos teus,
a tua pela na minha.
Fica-te bem…,
tão bem,
o meu poema,
a minha alma,
o meu ser.

Fica-te tão bem...
o lugar vazio que ocupas ,
o coração que preenches,
a vida que engrandeces,
o seres quem és.
Fica-te bem...
o meu mundo a teus pés!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nunca morrerás em mim....


Se tu morreres
Leva contigo um pedaço de mim
Para me lembrar que te perdi
Nunca te irei esquecer

Se tu morreres
Os dias virão uns atrás dos outros
Numa sequência sem sentido
Num arrastar de mais um dia

Se tu morreres
Os sonhos morrerão contigo
Não há espaço onde caiba
a dor que irei sentir

Se tu morreres…
Quando partires…

Hei-de Perder-me


Hei-de perder-me…
onde o céu se funde com a terra,
no horizonte longínquo onde te invento
Hei-de perder-me…
no teu abraço, no teu beijo, no teu corpo,
nesse regaço onde me encontro

Hei-de perder-me…
por um caminho que percorro tantas vezes
Por revisitar constantemente o teu ser,
eu sei que hei-de me perder…

Hei-de perder-me…
de mim mesma, numa evasão,
num tempo próximo ou distante.
De cada vez que pisares o meu chão,
deliberadamente ou até sem querer,
eu sei que hei-de me perder

Hei-de perder-me
por tanto procurar
um momento que não soube apagar,
uma vida que me cansei de viver
eu sei que hei-de me perder

Hei-de perder-me
uma e outra vez até te achar,
talvez perdido noutros braços,
talvez parado a me esperar
Eu, hei-de me perder
p’ra te encontrar….

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O meu Segredo


Esse vazio que sentes…
que escondes na ausência
que essa fuga te proporciona.
Fugaz camuflar dos sentidos,
quando apenas tu não vês,
que de mim nada escondes.

Leio-te nas entrelinhas desse silêncio
Sei de cor o caminho do teu refugio,
que nunca invado mas conheço.
Nesse olhar terno e transparente,
vejo coisas que ninguém vê.
E calo, quando sei que uma palavra
seria capaz de estragar esse momento

Tu sabes de mim,
todos os segredos que nunca te contei
Conheces de cor todas as curvas do meu corpo,
todos os caminhos ocultos do meu ser.
Foste onde nunca ninguém foi
E eu guardo-te num sítio só meu
que fiz para ti.
No secreto espaço que é só teu
Naquela parte de mim
Que ainda te espera,
que não te esqueceu
Que ainda acredita,
que um dia serás meu!

Como seria?


És vida…
Quando a morte se aproxima
Quando adivinho no teu olhar
palavras que não dizes
Ainda hoje és tudo,
quando o silencio nos cala
no nosso diálogo mudo


És vida….
Quando estou no fim da linha
Quando penso que te esqueci
e estás mais presente que ontem
Ainda hoje és único
Quando o silêncio nos separa
e a distância te aproxima

És vida….
Quando me amas assim,
sem nunca o dizeres
Quando a vulgaridade do amor
nunca é vulgar em nós
E mesmo assim,
dou por mim a perguntar:
Como seria?.....

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Centro do Mundo


O poder que te dei…
que tu nem sabes que tens.
Mas que usas, sem saberes
o mal que me fazes,
o bem que me transcende.
O poder que tens
de me fazer sorrir ou chorar
de me fazer feliz ou miserável
E tu nem vês que és tudo
Quando eu não tenho nada.

Réstia ténue de vida que se esgota
Um poder com consentimento
Uma luz que me guia
Porque quando amo é tudo!
Não tem meia medida
É tudo ou nada.

O poder que te dei
Que contra mim se vira
Que me faz descer
do céu ao inferno num segundo
Que te faz o centro do mundo,
do meu mundo!

O poder que tens e desconheces
Porque se não for demais
não é suficiente
Porque simplesmente o que sinto
me transcende


Tempo


O tempo urge…
Escapa, foge a cada passo
E a cada dia é menos o tempo que tenho
para te dizer que nunca te esqueci.
Vem, volta quando puderes que eu ainda estarei aqui
no lugar onde sempre me encontras, basta quereres.

Não quero as páginas brancas de um livro por escrever
Não quero fazer parte da história….
Não quero ser apenas uma memória para ti

Quantas e quantas vezes gritei:
“Não é justo!”
E não é mesmo
A vida não dá duas oportunidades
para não agarrarmos nenhuma

Vem nem que seja por um dia perturbar a minha paz
Que é tão fictícia, falsa e que eu nunca alcancei
Vem que o tempo urge….
Não é só de ti que foge.
Vem porque nunca é tarde para quem se quer tanto
Vem quando puderes que eu estarei aqui!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Creio.... em ti!


Creio no amor como um crente em Deus
Busco, procuro encontro e tenho fé
Creio em todas a Julietas e Romeus
Caio mas mantenho-me de pé

Creio em todos os Santos que não há
Não sei jamais dizer Adeus
Prefiro sempre um “até já”

Creio na virgem que nunca vi…
e quero sempre acreditar,
que nada disto que hoje sinto
um dia poderá acabar

Creio na eternidade
e num final feliz
O fim é falta de vontade
O fim eu nunca o quis

Creio no amor
Não creio em Deus
Creio em nós
Em Nós sou crente
Eu não quero andar para trás
O caminho é sempre em frente.

sábado, 21 de junho de 2008

Porque hoje não sei….



Se foi o dia que ainda não amanheceu
Se é o sol que ainda não nasceu
Se sou eu que não sou eu
Só sei que me apetece chorar
Não sei porquê, nem a razão
Não tenho motivo ou causa
Não sei se devo ou não

Só sei que quero chorar
Começar e não parar
Aliviar a dor que não tem porquê
Tirar este peso do coração

Porque hoje não sei
O que me fez levantar pela manhã
O que me faz estar onde estou
Porque hoje sou quem sou

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Esta minha dor

Desespero…
A dor perpetuada
que nunca acaba
Que vai e vem como as marés
Que me faz virar costas
Ao que mais, algum dia, desejei

Este mal que me mina
Que corrói, mata, destrói….
A liberdade que não encontro
O voo que não permito
A prisão de perpetuar estar dor
Este infortúnio que nada constrói

Desespero…
A dor perpetuada
que nunca acaba…..

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A Deus Peço ....


Talvez até nem eu saiba
Que me fazes assim tão bem
Talvez eu às vezes me esqueça
E faça da tua vida o meu destino
Talvez o meu amor te aborreça
Talvez seja um desatino

Amar demais
Quando amar não é suficiente
Transcende-me isto que sinto
É quase demente….

É tão imenso
Maior que infinito
E tão profundo
Mais do que o mar
É tão forte
Que me faz desejar
até a morte
por ter medo de não suportar
Que um dia possa acabar

E assim humildemente peço
Como se pedir eu ousasse
Que Deus te faça me amares
Tanto quanto eu te amo….

E se Deus um dia me atender
Uma coisa eu juro fazer
Lutar, Amar e Vencer
Para nunca o perder

A minha Sinfonia



As mesmas notas, a mesma música
A mesma canção
Melancólica e doce melodia
Acordes esquecidos que voltam
Vagueiam nas cordas de uma guitarra
No branco e preto das teclas de um piano
Enquanto palavras errantes se soltam

O dedilhar suave das cordas de uma harpa
O som triste de um violino
O forte rufar de um tambor
O chilrear de uma flauta
Qual pássaro voando no céu
numa dança triste de dor

E o piano debitando notas desencontradas
Num desatino de angustia e dor
E a guitarra que toca sem cordas
Porque espera um grande Amor

Nesta sinfonia desatinada
Em que a minha vida se transformou
Aguardo por um grande compositor
Um bom Maestro
E um melhor Cantor


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ir a Lugar Nenhum


É fácil….
Fácil de mais ter o que se quer por um instante
Na subtil passagem de uma hora
Beber de alguém um carinho
Ir e vir como o vento que passa
Como a maré de mais um dia

Ficar ….
Porque ter alguém é tão fácil
Passageiro que sai antes da próxima estação
Que vai e vem numa eterna viagem
Sem nunca entregar o coração
E depois continuar
Num comboio vazio
Que não chega a lugar nenhum

Fácil é ter alguém
Difícil é ficar…..

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Meu Sonho.....


É inútil pensares que existes para além deste momento
É vão tentares perpetuar o que é finito
Não sabes tu que a vida é apenas o argumento
Para que a morte chegue junto a nós

É escusada tanta dor e sofrimento
Para viver um instante tão fugaz
Não há na vida maior ensinamento
Que o amor, a dor, o encontro e a paz

É inútil queres mais do que podes
Mais do que o que te querem dar
Contenta-te com o que tens
Não passes a vida a sonhar