terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fica-te bem

Fica-te bem….
esse sorriso forçado,
esse olhar vazio e despojado.

Fica-te bem….,
tão bem,
esse lugar distante,
esse ermo caminho,
esse abismo.

Fica-te bem…
não ficares,
quereres partir, mais uma vez.
Fica-te até bem
não seres ninguém,
quando sempre alguém te espera.

Fica-te bem….
o silêncio das palavras por dizer,
o grito mudo da alma.
Fica-te bem…
até a morte …,
o adeus, do teu silêncio,
que não verbalizas.

Fica-te bem…
o meu corpo em tuas mãos,
os meus lábios nos teus,
a tua pela na minha.
Fica-te bem…,
tão bem,
o meu poema,
a minha alma,
o meu ser.

Fica-te tão bem...
o lugar vazio que ocupas ,
o coração que preenches,
a vida que engrandeces,
o seres quem és.
Fica-te bem...
o meu mundo a teus pés!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nunca morrerás em mim....


Se tu morreres
Leva contigo um pedaço de mim
Para me lembrar que te perdi
Nunca te irei esquecer

Se tu morreres
Os dias virão uns atrás dos outros
Numa sequência sem sentido
Num arrastar de mais um dia

Se tu morreres
Os sonhos morrerão contigo
Não há espaço onde caiba
a dor que irei sentir

Se tu morreres…
Quando partires…

Hei-de Perder-me


Hei-de perder-me…
onde o céu se funde com a terra,
no horizonte longínquo onde te invento
Hei-de perder-me…
no teu abraço, no teu beijo, no teu corpo,
nesse regaço onde me encontro

Hei-de perder-me…
por um caminho que percorro tantas vezes
Por revisitar constantemente o teu ser,
eu sei que hei-de me perder…

Hei-de perder-me…
de mim mesma, numa evasão,
num tempo próximo ou distante.
De cada vez que pisares o meu chão,
deliberadamente ou até sem querer,
eu sei que hei-de me perder

Hei-de perder-me
por tanto procurar
um momento que não soube apagar,
uma vida que me cansei de viver
eu sei que hei-de me perder

Hei-de perder-me
uma e outra vez até te achar,
talvez perdido noutros braços,
talvez parado a me esperar
Eu, hei-de me perder
p’ra te encontrar….

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O meu Segredo


Esse vazio que sentes…
que escondes na ausência
que essa fuga te proporciona.
Fugaz camuflar dos sentidos,
quando apenas tu não vês,
que de mim nada escondes.

Leio-te nas entrelinhas desse silêncio
Sei de cor o caminho do teu refugio,
que nunca invado mas conheço.
Nesse olhar terno e transparente,
vejo coisas que ninguém vê.
E calo, quando sei que uma palavra
seria capaz de estragar esse momento

Tu sabes de mim,
todos os segredos que nunca te contei
Conheces de cor todas as curvas do meu corpo,
todos os caminhos ocultos do meu ser.
Foste onde nunca ninguém foi
E eu guardo-te num sítio só meu
que fiz para ti.
No secreto espaço que é só teu
Naquela parte de mim
Que ainda te espera,
que não te esqueceu
Que ainda acredita,
que um dia serás meu!

Como seria?


És vida…
Quando a morte se aproxima
Quando adivinho no teu olhar
palavras que não dizes
Ainda hoje és tudo,
quando o silencio nos cala
no nosso diálogo mudo


És vida….
Quando estou no fim da linha
Quando penso que te esqueci
e estás mais presente que ontem
Ainda hoje és único
Quando o silêncio nos separa
e a distância te aproxima

És vida….
Quando me amas assim,
sem nunca o dizeres
Quando a vulgaridade do amor
nunca é vulgar em nós
E mesmo assim,
dou por mim a perguntar:
Como seria?.....

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Centro do Mundo


O poder que te dei…
que tu nem sabes que tens.
Mas que usas, sem saberes
o mal que me fazes,
o bem que me transcende.
O poder que tens
de me fazer sorrir ou chorar
de me fazer feliz ou miserável
E tu nem vês que és tudo
Quando eu não tenho nada.

Réstia ténue de vida que se esgota
Um poder com consentimento
Uma luz que me guia
Porque quando amo é tudo!
Não tem meia medida
É tudo ou nada.

O poder que te dei
Que contra mim se vira
Que me faz descer
do céu ao inferno num segundo
Que te faz o centro do mundo,
do meu mundo!

O poder que tens e desconheces
Porque se não for demais
não é suficiente
Porque simplesmente o que sinto
me transcende


Tempo


O tempo urge…
Escapa, foge a cada passo
E a cada dia é menos o tempo que tenho
para te dizer que nunca te esqueci.
Vem, volta quando puderes que eu ainda estarei aqui
no lugar onde sempre me encontras, basta quereres.

Não quero as páginas brancas de um livro por escrever
Não quero fazer parte da história….
Não quero ser apenas uma memória para ti

Quantas e quantas vezes gritei:
“Não é justo!”
E não é mesmo
A vida não dá duas oportunidades
para não agarrarmos nenhuma

Vem nem que seja por um dia perturbar a minha paz
Que é tão fictícia, falsa e que eu nunca alcancei
Vem que o tempo urge….
Não é só de ti que foge.
Vem porque nunca é tarde para quem se quer tanto
Vem quando puderes que eu estarei aqui!