quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cantarei...

Cantei-te... na harmonia doce da canção
Valerá a pena caminhar onde não há horizonte?
Parece até que o céu e a terra mudaram de lugar.
Tenho o meu mundo do avesso,
virado de pernas para o ar,
num caos que já não controlo.

Cantei-te ... numa melodia silenciosa
Dancei uma dança sem gestos, imóvel.
Acredito, quero acreditar
que amanhã ainda terei forças
para continuar cantando
e entoar esta mesma melodia.
Sair pela vida dançando
a doce melodia que hoje canto.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Apetece-me.... uma e outra vez

Apetece esconder-me,
deixar passar a vida e não viver.
É mais fácil parar que andar para a frente.
Não quero sofrer, nem perder-te,
perfiro deixar-te ou fugir.

Apetece-me desaparecer,
apenas me falta a coragem.
Sou feliz, mas já fui mais.
Quero acreditar, mas só duvido,
e eu não sei viver a duvidar.

Apetece-me fugir...
não ser quem sou,
não ser ninguém.
Tenho no peito uma enorme dor,
uma mágoa que guardo,
uma ferida ainda aberta,
que não confesso.
Tenho um sabor amargo na boca
e no peito nenhuma certeza.
Preciso, preciso ouvir-te dizer...
o que pedes que adivinhe.

Cresceu...

Cresceu com a impaciência própria dos anos
Fez-se mais que tudo em menos de nada
Arrastou consigo a  vida inteira
Envolto em melodias que criávamos
Eram as letras e as canções
que num vai e vem desencontrado
guardavam os segredos mais fatais

Cresceu na magnificiência dos imortais
suspenso num boquet de cheiros
numa palete de cores naturais
o mar, a serra, os meus lençois...
A doçura inebriante dos teus lábios
o toque da maciez da tua pele.

Cresceu preso num olhar e na memória
Fez parte de mim, de ti
e da nossa história...
Ficam as canções para recordar
e a memória para que nunca possa esquecer...
Cresceu... e um dia decediu morrer.