segunda-feira, 30 de março de 2009

Nosso deserto


Esse deserto de coisa nenhuma,
que nos separa.
Essa imensidão inconsequente,
que nos cega.
Se um sorriso pudesse tudo
quando nada se lhe compara

A mudança que não chega
Essa saudade de beira de estrada
Esse caminho de solidão
Essa eterna caminhada

Esse deserto que atravesso
Onde me encontro há tempo demais,
onde me perco vezes sem conta,
que é tão cheio de coisas banais

Esse tempo que nunca acaba
Essa dor que não cessa
Que me tortura e anula
Esse deserto tão nosso
Onde nenhum de nós se encontra
Onde ninguém está

2 comentários:

Anónimo disse...

Li e reli todos os poemas com uma atracção ígnea que me confunde tristemente. Se amar assim pode ter um nome... se dizer assim pode ter uma recompensa...por mais insignificante... bom, ficou-me a dançar um momento mágico de uma Opera que vi recentemente

She walks in beauty,like the night
Of cloudless climes and starry skies;
And all that´s best of dark and bright
Meet in her aspect and her eyes.

Thus mellow´d to that tender light
Which heaven to gaudy day denies.

One shade the more,one ray the less
Had half impaired the nameless grace,
Which waves in every raven tress,
Or softly lightens o'er her face;
Where thoughts serenely sweet express
How pure, how dear their dwelling place.

And on that cheek and o'er that brow
So soft,so calm, yet eloquent
The smiles that win, the tints that glow
But tell the days in goodness spent,
A mind at peace with all below
A heart whose love is innocent.




Fosse possivel fazer uma estátua desta ária,


Teria o teu rosto e alma.


You walk in beauty. Thanks.

DoceAroma disse...

Obrigada Who ever you are...


Ela passeia com sua beleza pela noite
De um firmamento límpido e estrelado;
E o contraste entre as trevas e o esplendor
Confundem-se-lhe no semblante e no olhar:
E assim, amenizada, aquela terna luz
Deslumbrando os céus, recusa a aurora.
Uma sombra a mais, um reflexo a menos,
Ofuscariam aquele incrível encanto
Cujas ondulações entrelaçavam as trevas,
Mas cintilavam brandamente em sua face;
Onde serenas e doces recordações moravam
Em magnífico e prazenteiro lar
E naquele rosto; sobre aqueles olhos,
Tão suaves, tão calmos, tão sublimes,
O sorriso triunfa e as cores resplandecem,
Mas bendizem os duros dias já passados,
Pois uma alma em paz, reina sobranceira,
Num coração cujo amor é inocente!