terça-feira, 31 de julho de 2007

Sentimento de Paz.....


Nesta doce paz em que me encontro
Neste estado idílico de bem estar
Em que eu não quero acreditar

Esta mansidão inexplicável
Este brando mélico sentir
Uma paixão saudável
Um nova forma de existir

No meu reduto onde me fecho
Na paz terna que em ti encontro
Que cada dia seja apenas hoje
Que só por hoje seja o que for

Uma serenidade que fascina
Que não me cega ou alucina
Um sentir tranquilo
Doce sentimento que me traz
Esta sensação única de paz

terça-feira, 24 de julho de 2007

Meu próprio reflexo...



Escondes-te num sorriso
Numa aparente calma insegura
E sem querer, mostras o que não querias
Se soubesses o quanto o teu olhar me revela
Fechavas os olhos e nunca os abrias

Nem sei se te conheço desde ontem
Ou se te conheci a vida toda

Falas de ti, o que de mim nem eu sei
Conheço-te o sentir
porque dele já experimentei

Se pudesse um dia entrar
nesse teu mundo complexo
Veria nele o meu próprio reflexo
Seria como invadir o meu próprio interior

Mas sabes,
que o que para ti não tem nexo
faz para mim todo o sentido
Tu não és complexo
és o Eu desconhecido

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quero o que não haja




Quero algo que não haja
Quero tudo que não alcance.
Quero o desejo impensável
Quero o sonho irrealizável

Quero aquilo que não exista
Quero o que só em sonhos tenha
Quero o desejo mais inatingível
Quero tudo que seja impossível

Quero realizar o que apenas é sonho
Quero ter tudo o que não haja
Quero reinventar o que tenho
Quero ter hoje essa coragem

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Não perguntes....



Como queres que te diga o que sinto,
se nem eu sei o que isto é….
Como é que me pedes para explicar
o que eu não consigo entender.
Como queres que eu escolha
se não sei o que escolher.
Não me faças perguntas
às quais não posso,
ou não quero responder.

Como queres que te explique
o que eu nem sei se existe?
O que desconheço eu nunca vi
O que conheço nem eu sei
Como queres que eu te diga
Se eu nisso ainda nem pensei

Como queres que eu saiba
o que poderá ser?
Se eu nem sei o que é,
nem o que está a acontecer.
Não me peças respostas,
que eu não tenho para te dar.
Não queiras que o que começou
termine antes de acabar

Calar!



Apetece-me parar
Por um instante, um dia,
um mês, uma eternidade
Talvez porque andei depressa demais
Talvez porque a vida pede uma pausa

Apetece-me parar
Deixar tudo como está à minha volta
Para quando me apetecer regressar,
para não perder o que quero conquistar.
Mas por agora só queria parar

Redescobrir o silêncio,
a ausência, a dor, a saudade,
o amor, a paixão,
a incondicionalidade….

Apetece-me parar
Ir apenas onde quero estar
Abraçar quem me apetece
E poder partir ou ficar

Apetece-me, dizer….,
apetece-me……. Calar!

terça-feira, 17 de julho de 2007

A Esperança.... nunca a percas!



Vem, que aqui nada te espera
Vai, que o caminho é um deserto
Constrói tu, edifica o teu futuro
Vai, ou vem, como tu queiras

Vem,
que a vida é cheia de páginas brancas
Arrisca tudo o que tu não tens
Porque nada há para perderes
A vida é um mundo de esperanças

Vai,
Mesmo que nada encontres à tua frente
Quando tudo já te parecer terminado
Acredita o dia de amanhã será diferente
Porque a vida é um conto inacabado

Porque hoje alguém me disse....



Porque hoje alguém me disse
Mais do que eu queria ouvir
Alguém ousou falar
Alguém arriscou sentir

Porque hoje as palavras foram eternas
O silêncio quebrou-se em mil pedaços
As palavras hoje não foram efémeras
Foram reflexo dos meus velhos cansaços

Porque hoje alguém me disse
O que eu não queria ouvir
Não basta seres, tens que sentir

Porque hoje as palavras doeram
Mais que o silêncio um dia calou
Os sentidos todos morreram
Fui alguém que nunca sou

Porque hoje alguém me disse
A verdade que não quis ouvir
E sem querer fez-me acreditar
Naquilo que não quero sentir

segunda-feira, 9 de julho de 2007

No mesmo Lugar


Sentada aqui no mesmo lugar
Onde a vida não passa, onde a vejo passar
Repouso de uma viagem que não terminei
Com medo de chegar onde nunca cheguei

Sentada aqui onde sempre estou
Onde acaba um tempo que nunca chegou
O ócio dos dias que vão e que vêm
Os medos, os meus, os que todos têm

Sentada aqui onde me deixo ficar
À espera de um tempo que tarda em chegar
Nesta quietude onde nada acontece
Onde se lembra o que nunca se esquece

Vou continuar a minha caminhada
Reconstruir esta vida inacabada
Vou chegar onde sonhei ir
Quero SER e não existir
Porque senta aqui neste mesmo lugar
Nunca saberei onde poderia chegar

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Katie Melua Closest Thing to Crazy

Não sabes quem sou....


Não sabes já tu quem eu sou
Entraste no meu mundo pela porta principal
Não foste mera visita
Foste um inquilino desejado
Já foste presente
Hoje já és passado

Não me peçam lógica
Não me cobrem coerência
Eu vivo de emoção
Essa é a minha essência

Eu vivo uma eternidade intemporal
Sou espaço, e tempo
Eu sou inteiramente incondicional
Eu não existo, eu aconteço
Eu não sou fim
Eu sou o começo

Eu sei que um dia irei morrer
Traçar o fim derradeiro
Mas cada dia é um novo renascer
Cada momento o primeiro

Sou temporal
Destruo, invado, arraso
Sou rio
Afogo, inundo, invado

Nem sei se sou rainha sem trono
Sem poder, sem rei, sem dono
Se me mostro ou me escondo
Se me deixo ficar ao abandono

Não me acordes.....


Abre os braços,
prende-me no teu peito e não me deixes partir.
Perdi-me tantas vezes, vezes demais até,
mas hoje quero ficar.
Deixa-me descansar do teu lado,
deste meu voo apressado.
Deixa-me repousar no teu abraço.
Esquecer o passado
Prende-me, que eu aprendi a voar cedo demais
e hoje estou cansada.
Deixa-me chorar no teu ombro
todas as mágoas e sonhos desfeitos
e prende-me por um instante no teu abraço

Quis voar mais alto do que as minhas forças permitiam,
quis ir além do que podia alcançar,
numa pressa insana e juvenil.
Hoje volto ao meu porto de abrigo a teu lado,
com o desejo de jamais voltar a partir.
Hoje apenas quero voar contigo
num voo calmo e sensato.
E deixa-me acreditar que será para a vida toda.
E deixa-me dormir, sonhar…. E não me acordes.

Oiço-te na palma da mão....


Como se guardasse as tuas palavras
Em minhas mãos
Na linha da minha vida
No monte doce de Vénus
Essa memória esquecida

A infinidade que se cruza
O destino que desconheço
Nem tudo o que ouço
É aquilo que não esqueço

Oiço-te na palma da minha mão
Quando a encosto ao ouvido
Oiço o que nunca disseste
O que poderia ter sido

Talvez já nem sejas tu
Talvez nem eu, quem sabe
O que oiço na palma da mão
Já nem sei, se é tudo verdade

terça-feira, 3 de julho de 2007

VIDA


Como uma música
Uma doce melodia que se propaga no infinito
O silêncio do som no vácuo
A contradição que se desfaz e refaz continuamente
Sem que se saiba se o sentir se define
Se o de hoje será o de amanhã

Como uma luz
Que ofusca, que cega que ilude
Um cintilar ininterrupto
Um amanhecer constante
Uma escuridão absurda
Neste paradoxo sem nexo
Nesta dúvida imutável
Sem réstia de solução à vista
A nossa vida permanece

A vida, esse volúvel viver desesperado
O doce amargo que bebemos
O feliz reencontro inacabado
A dúvida que permanece
A resposta que nunca se encontra
A felicidade que se anseia e se abandona

Nada me poderia fazer mais feliz que viver
Para além de qualquer contradição
A vida é rosa e cinza para quem quer
E a dúvida divergente é mera ilusão
Não duvides de ti
acredita em tudo o que vês
e vê para lá do que a vista alcança
quem sabe assim a vida te veja
Talvez o futuro assim te traga esperança.

“As respostas estão em nós e não nos outros, só o medo das verbalizar nos impede de continuar” anónimo