segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nossa Dança...


Olha para mim,
sente o sal na minha pele quando me beijas
O suave toque dos meus seios no teu peito
Sente o meu corpo neste abraço
que dura o breve momento em que me perco

Escuta a musicalidade desta dança muda
O silêncio que se quebra com um gemido
Segue os meus dedos que passeiam no teu corpo
Prende as minhas mãos que desesperam
quando te encontram

Volúpia,
pecado insano de te ter.
Possuir-te,
afogar em ti o meu desejo.
E esquecer a vida lá fora
Fazer tudo por um simples beijo.

É a ânsia que agrava a vontade
É o desejo que nos domina
O beijo que nos lança na cama,
que entrelaça nossos corpos
nesta louca dança,
que quando começa,
parece que nunca termina.
(Aceitas entrar nesta dança?...)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sou Rainha entre mulheres...


Enquanto valer a pena
Vou seguir em frente
Enquanto fores tu quem me espera
Valerá a pena cada queda,
cada passo hesitante,
cada dia,
todo o instante.

Enquanto existires,
serei eterna…
madrugada esquecida.
E tu para mim
a terra prometida

Enquanto durar este instante,
em que tu e eu vivemos,
em que somos um só,
jamais esqueceremos
que nada depende de nós

Enquanto durar nosso momento.
Este devaneio edificado.
com que sonhámos,
altar de prazer, imaculado,
em que nos exorcizamos
do mundo lá fora.

Enquanto resistir,
este porto de abrigo
em que me escondo,
onde posso existir livremente
em que sou tua e tu meu és
por hoje apenas, eternamente.
Amanhã nem me conheces
mas aqui é um mundo só nosso…
enquanto existir o que nos une

Enquanto viver,
serei tua,
pelo tempo que me quiseres,
mesmo que não seja a única,
serei rainha entre as mulheres


domingo, 5 de abril de 2009

Entre o céu e a Lua....


De olhar perdido,
na imensurabilidade da vontade
na imensidão do desejo,
sou um corpo sem alma
sem razão sem sentimento

Vagueio por um chão
que não conheço,
neste ténue sonho
em que adormeço,
nesta vontade que escondo.

Não sou eu que me deito do teu lado
Não sou eu o corpo que consomes
Não sou eu quem te beija e seduz.
Não sabes de mim quem sou,
apenas te iludo com o que pareço.

Sou um corpo, pele e desejo animal
Procuro apenas calor
Não quero um amor banal
Tudo tem prazo
estou entre o céu e a lua
Ficar tempo demais aborrece-me
Se me desejares sou tua
Se me amares esquece-me

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Consegues ouvir?...


Consegues ouvir…
O marulhar das ondas do mar,
a rebentar contra a encosta?
Consegues ouvir …
o mar que se enrola sobre si mesmo,
quando se exalta numa ira violenta e louca.

Lembras-te…
quando a praia foi nosso leito,
testemunha do nosso desejo.
Quando o mar abafava,
com o seu marulhar,
nossos urros de prazer.

Quantas vezes naufraguei
nos teus braços?
Quantas vezes me perdi,
sucumbindo ao desejo
que me devorava?

Diz-me…consegues ouvir?
O mar que nos levou naquela noite
e que nunca nos trouxe…

A carta...


Se te escrevesse agora,
a carta que nunca te escrevi.
Agora que nada mais há a dizer,
que tudo já foi dito…
Uma página em branco bastaria
para me dizeres de ti o que já sei
e que nunca ninguém saberia.

Só tu sabes ler uma página branca
Só tu saberias
o conteúdo da minha missiva.
Se te escrevesse agora,
nas entrelinhas das nuvens.
Rasgando o céu como punhais
o meu silêncio,
a minha saudade,
a nossa escrita.

Se te escrevesse agora,
a carta pela qual aguardo.
Agora que não espero nada.
Num tempo tão nosso
em que já nada acontece,
apenas desespero
desta que nunca te esquece