sexta-feira, 30 de dezembro de 2011



















Há dias que mais valia não viver
pelos quais podíamos apenas passar…
Apetece mudar de estação
acabar com o inverno
inaugurar uma nova Primavera
amanhecer num quente verão…

Há dias que apetece esquecer…
dias sem passado ou futuro
dias que derrubam paredes
mas erguem muros
Que nos separam do que somos
e fazem de nós alguém
que não reconhecemos.

Há dias em que apetece regressar
a um passado que já foi
só porque nos parece melhor que o presente.

Há dias em que se acredita
que o amanhã poderá ser melhor
do que outro dia qualquer.
Acreditemos que o futuro
ainda nos pode dar
tudo aquilo que quisermos.

BOM ANO A TODOS!!!! Façamos de 2012 o Futuro

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Gostas?

Gostas da encruzilhada em que vives,
do espaço, cheio de nada, que ocupas,
do tempo que não te pertence,
das palavras que não são tuas?

Gostas que o tempo não passe,
que a loucura te assista,
que a demência te mate,
que a ausência te incrimine?

Gostas do espaço vazio,
de não sentires nada que sintas,
de não sentires que te sintam,
de não seres tu?

Gostas…
dos silêncios que perturbam,
das acusações que te culpam,
das mentiras que te contam…
de seres esquecida?

Gostas?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Máscaras...














Tiraste a máscara
acabou a fantasia
morreu o sonho
Os dias passam apressados
sem olharem para nós
sem repararem na nossa pequenez

Tiraste a máscara
e nada sobrou do que foste
apenas a ténue lembrança de uma fantasia
de um sonho, que apenas eu sonhei.

Tiraste a máscara que usas todos os dias,
para te protegeres, para enganares,
para te esconderes
mas uma coisa é certa,
sempre que a usas,
enganas-te mais a ti que aos outros.

Tiraste a máscara
e deixaste de desfilar,
numa avenida escura,
neste imenso Carnaval
que é a vida...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Hoje...













Hoje queria poder esquecer-te

Apagar as tuas pegadas na minha praia
arrancar os teus beijos dos meus lábios
as tuas mãos do meu corpo…
e simplesmente esquecer-me de ti

Fazes incoerentemente parte de mim
Dás um sentido, sem sentido à minha vida
E no final só sei que te preciso
mais do que preciso de mim.

Hoje queria poder esquecer-te
sem me esquecer de mim
Queria poder não te precisar
desta forma tão insana,  irracional
E não importa a distância
não se esquece alguém que nos habita
não se deixa de amar só porque sim.

EU!









Se te pudesse falar de mim
como quem fala a um estranho
Contar-te … nada!
Poder ser quem eu quiser
e nunca na verdade ser eu
e no fundo não ser nada.

Por um segundo existir,
como num sonho,
ancorada ao teu peito,
presa em teu abraço,
embevecida no teu beijo,
e por um segundo ser tudo
e não ser nada.

Se pudesse esquecer
todos os abraços,
todas as lágrimas,
todas as dores,
todas as mágoas,
e recomeçar do zero,
sem memória de coisa nenhuma.

Talvez assim fosse afortunada
… despojada de tudo
o que um dia me fez feliz
Largar pelo chão
tudo o que perdi
ou ganhei…
Deixar de carregar
todo o meu passado,
tudo o que faz de mim o que sou,
mas sabes talvez eu não seja nada….

Essência













Se soubesses de mim o que não digo
tudo aquilo que escondo só para mim
Se soubesses do que trago no peito
este sentir desalmado que não morre nunca
que se multiplica e me transcende

Se soubesses de mim, o que de mim nem eu sei
os segredos mais secretos e profundos
as mentiras e as meias verdades
esta tela de mim, que eu pinto para o mundo

Se soubesses de mim, o que de mim mais ninguém sabe
talvez pudesses entender o quanto sofro,
talvez pudesses compreender de que falo,
quando guardo em meu silêncio
a verdade do que por ti sinto
a essência do que calo

Migalhas - Erasmo Carlos (cantado por Simone)














Sinto muito mas não vou medir palavras
Não se assuste com as verdades que eu disser
Quem não percebeu a dor do meu silêncio
Não conhece o coração de uma mulher
Eu não quero mais ser da sua vida
Nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas do seu amor
Do seu amor

Quem começa um caminho pelo fim
Perde a glória do aplauso na chegada
Como pode alguém querer cuidar de mim
Se de afecto esse alguém não entende nada
Eu não quero mais ser da sua vida
Nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas do seu amor
Do seu amor

Não foi esse o mundo que você me prometeu
Que mundo tão sem graça
Mais confuso do que o meu
Não adianta nem tentar
Maquiar antigas falhas
Se todo o amor que você tem pra me oferecer são migalhas
Migalhas

Eu não quero mais ser da sua vida
Nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas do seu amor
Do seu amor
Sinto muito mas não vou medir palavras
Sinto muito

Pedaço de céu














Queria que me desses um pedacinho de céu

Um lugar no teu mundo a que pudesse chamar meu
Um cantinho que eu faria por merecer
Dava-te um pedaço do meu mundo para viveres
se também tu merecesses um cantinho teu…

Queria um pedaço de céu
daquele céu que me foge
que não alcanço
Um pedacinho só…
Um cantinho do teu mundo só para mim.

Queria um pedaço desse céu que já foi meu
Um lugar num mundo onde nunca estive
porque nunca me quiseste
Queria tanto um pedacinho desse céu…
Um cantinho nesse mundo…

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O silêncio...














Vem, abraça-me
Não digas nada
Limita-te ao silêncio
Não justifiques o injustificável
Não queiras razão onde não a há

Agarra o instante que se vislumbra
Aproveita o presente que te dou
Vê para lá do limite que te impões
e viaja na insana lucidez da razão.

Não questiones, aproveita
Não penses, age
Não sonhes, faz

Vem abraça-me
e não digas nada
que às vezes o silêncio,
simplesmente, fica-te tão bem

Apetece-me tanto...










Apetece-me tanto mergulhar no teu sorrir…
esquecer os medos mais absurdos
e sem receios, não querer mais partir.
Atracar nos teus braços
e ancorar em ti a minha existência.
Apetece-me o fundo lânguido do teu peito,
o aconchego terno do teu abraço,
a efervescência do teu colo.

Apetece-me o beijo roubado
A clandestinidade do nosso momento
Sentir as tuas mãos frenéticas de mim,
a deambularem eufóricas no meu corpo.

Apetece-me tanto...
as tácitas madrugadas em que nos perdemos
os sonhos ilícitos que sonhámos
os lençóis da cama que desfazemos
Apetece-me a vida toda
repousada nos teus braços

O que é afinal o Amor?










O Amor é uma gargalhada espontânea
Um sorriso que nunca termina
Uma lágrima que nunca seca
É euforia e dor
O Amor encanta
ilude
engana
É um mais querer
quem se quer tanto
É saudade,
riso e pranto

O Amor é um abraço que nunca termina
É um ódio que não desvanece
Um sentir que nunca esquece
É magnânime e perdoa
É cruel e castigador
É vingativo e piedoso
É egoísta… interesseiro
É altruísta, abnegado
É enganador e traiçoeiro…

O Amor marca, fere e mata
É uma ferida que nunca sara
Uma cicatriz que ninguém vê
É cheio de verdade, mentira e fé
É uma esperança em que ninguém crê
Um sentir porque todos esperam
Mas afinal, o Amor, alguém sabe o que é?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

És Tu em minha Vida















Encontro em cada instante da vida
um pouco de ti…
O sorriso que me escapa
O abraço que não tenho
A saudade que me mata

Se uma palavra apenas bastasse
no silêncio eu te diria,
um nada que tudo fosse,
metáfora que ninguém escreveria.

Estás em cada pedaço de vida
em cada respirar
em cada dia
uma ausência que nunca foste
um amor que nunca morria.

Encontro-te em cada esquina da vida
Repousado na minha memória
Guardado em meu peito
Aninhado ao meu corpo
E grito ao mundo
para que saibam
que ainda te espero