segunda-feira, 17 de maio de 2010

Perdoas-me?




















Quis a vida, que os nossos caminhos
um dia se cruzassem,
que as nossas pernas se confundissem
e os cheiros se misturassem,
até já não sabermos qual de nós éramos.

O mágico instante que gravou
a tua silhueta em minha cama,
em lençóis brancos, de linho.
Ainda sinto os teus lábios nos meus,
as tuas mãos nos meus ombros nus.
Ainda me envolve o teu aroma.

Porque quis a vida que assim fosse,
que eu não soubesse mais de mim
sem saber de ti primeiro,
que não soubéssemos mais um do outro
o que desvendámos um dia.

Fiquei presa no teu abraço,
suspensa na extremidade do teu olhar,
onde me perdi,
onde me afoguei,
nesse mar azul dos teus olhos
Se por engano,
ou por vontade, te encontrar,
e te prender a mim por um instante,
e por tanto desejar não mais te ver partir,
te pedir para ficares,
perdoas-me?

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