Fosse a morte….
não iria eu mais viver
Fosse ele o dia…
escurecer não mais queria
Fosse a noite…
não haveria amanhecer
Fosse então mar
e eu ar p’ra sobrepor,
esvoaçante
Fosse ausência de cantar
e o meu torpor
fosse um uivo lancinante
Fosse tanto um quase nada
que é tão tudo
ou fosse um fim.
Começava a acabar
sem mais de mim.
Calaria a vida inteira
e quase mudo
catá-lo-ia em Balada
não iria eu mais viver
Fosse ele o dia…
escurecer não mais queria
Fosse a noite…
não haveria amanhecer
Fosse então mar
e eu ar p’ra sobrepor,
esvoaçante
Fosse ausência de cantar
e o meu torpor
fosse um uivo lancinante
Fosse tanto um quase nada
que é tão tudo
ou fosse um fim.
Começava a acabar
sem mais de mim.
Calaria a vida inteira
e quase mudo
catá-lo-ia em Balada
1 comentário:
Porque gosto muito
bom fim de semana, em jeito de comentario uma bkoka
Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
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