segunda-feira, 16 de novembro de 2009

...


No meu ventre seco, estéril
Onde urge uma vida que nunca começa
Num desejo infame do que nunca poderei ter
Invejo os filhos dos outros
Num desprezível sentimento de mim mesma

No meu ventre oco,
Onde nasce fecundo sonho de mulher
A mãe que nunca serei
As lágrimas que choro por ninguém
Talvez apenas se derramem por mim mesma

Talvez possa rejubilar um dia
Talvez possa continuar sonhando
Mas dias há em que desfaleço
Mas é preciso continuar lutando

Hoje quis compreensão e tive
Por um esperança vã que floresce
Num mudo grito de vida que cessa
Num desejo de poder ser fértil
E deixar florescer no meu ventre de mulher
O filho que nunca tive
O filho que nunca terei

Obrigada Amor

2 comentários:

Sonhadoremfulltime disse...

Boa noite,
um poema repleto de sentimento.
Um desabafo da impotência que por fezes nos cerca a vida.

Abraço

Ana Isabel disse...

Que grito desesperado..quantos filhos, quantas crianças, quantos meninos e meninas esperam ansiosamente que alguém, talvez alguém como tu, lhes devolva o sorriso e os faça pronunciar a palavra "Mãe".

Fica bem.
Um abraço.